A recente movimentação das Big Techs, grupo formado majoritariamente – mas não unicamente – por Apple, Microsoft, Amazon, Meta e Alphabet (Google), chamou a atenção do mercado, que enxerga na tecnologia uma área com um grande potencial de crescimento.
De outubro de 2022 a janeiro de 2023, as empresas do setor foram notícia pelas demissões em massa, que atingiram mais de 97 mil pessoas. Um número consideravelmente alto, que vai na contramão do mercado.
Afinal, o setor de tecnologia continua aquecido: há empregos e demandas em diversas frentes.
Então, como explicar essa onda de cortes?
As companhias apresentaram motivações distintas para os cortes. Mas, basicamente, as demissões foram causadas por uma necessidade de reduzir custos com a diminuição do crescimento econômico global.
A ação das big techs, aliás, não foi isolada. As demissões ocorrem em vários setores, incluindo empresas de mídia, instituições financeiras, varejo e muito mais.
Entenda as demissões nas big techs
Em 2022, o mundo experienciou uma inflação mais alta e persistente, além da pressão sobre as cadeias globais de suprimentos e a guerra na Ucrânia, que dificultaram o avanço do mercado e exigiram um esforço extra de estímulos fiscais e monetários.
E, embora o cenário já fosse desfavorável e os cortes programados ou não, nossos olhos se voltaram ao problema apenas quando as demissões ocorreram no mercado que mais cresce no mundo. Um alerta importante sobre como a economia deve se comportar daqui em diante.
O corte de milhares de empregos nas big techs tem um impacto importante, ainda, no mercado como um todo. Especialmente porque, segundo especialistas do mercado, além da desaceleração econômica, o cenário também teve como plano de fundo a queda na receita com propaganda, já que muitos anunciantes têm reduzido seus orçamentos para publicidade online e as empresas de tecnologia dependem disso.
Da mesma forma, a pressão dos investidores em relação à diminuição da liquidez de capital por causa do aumento dos juros nas maiores economias do mundo fez com que os bancos de investimento exigissem maior rentabilidade para justificar o risco de investimento em novas e “arriscadas” tecnologias.
Além disso, a pandemia de Covid-19 fez com que o setor aumentasse o número de funcionários para atender à demanda na época – muitas pessoas passaram a se conectar e realizar tudo de forma remota, o que gerou um boom no setor eletrônico. Acontece que a solução era momentânea e muitas contratações não se mostraram viáveis após esse período.
Ainda nesse sentido, várias funções estão sendo substituídas por automatizações. E já existem no mercado softwares e plataformas que realizam atividades no lugar do ser humano – como tarefas cotidianas relacionadas a entrevistas e onboarding de novos funcionários, por exemplo.
O que esperar do futuro?
A tecnologia é essencial para a sustentabilidade dos negócios. O desenvolvimento, inovação, competitividade e perenidade das empresas, aliás, exigem o uso de aplicações inteligentes e softwares que garantam a produtividade e melhor desempenho.
Isso significa que o mercado não permanecerá em queda, especialmente porque existe uma demanda constante e necessária. Prova disso é que, embora as big techs tenham feito uma demissão em massa, o número de vagas disponíveis aumentou em 2023.
Dados da Forbes apontam que, em janeiro de 2022, existiam 24 mil vagas abertas para os 25 cargos de tecnologia em alta. No mesmo período de 2023 há 33 mil, um aumento de 38%. Acontece que agora, ao contrário do que houve na pandemia, o cenário é de readequação.
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